Ah, eu sou gaúcho! (Racismo e preconceito).

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Agradeço a Deus, todos os dias, o fato de ter nascido gaúcho, afinal, isso faz de mim um brasileiro.

Não há ninguém que seja exclusivamente gaúcho. Não existe(?) nenhum de nós que queira deixar de ser brasileiro.

Somos quem somos. Nascemos no Rio Grande do Sul e, por isso, ganhamos esse apelido: Gaúchos.

Meu orgulho em ter nascido gaúcho, com certeza não é maior do que o que teria se tivesse nascido baiano, ou paulista, ou acreano, ou em qualquer outro rincão do Brasil.

Eu só não queria não ser brasileiro.

Não nos queiram mal, não tenham preconceito contra nós, os gaúchos.

Aqui onde estamos, no finalzinho do Brasil, caminhamos no gelo durante o inverno, queimamos ao calor do verão e, orgulhosos como qualquer brasileiro, dizemos que isso não é nada. Aqui, jogamos futebol, torcemos para o Grêmio (alguns não, é verdade), trabalhamos e vamos à praia (quando o frio permite), elegemos presidentes e governadores(as) que, as vezes,  até nem são gaúchos. Enfim, fazemos tudo igual. Mas é que nascemos aqui, não dá pra escapar, quem nasce ao sul da Bela e Santa Catarina leva mesmo esse gentílico de gaúcho.

Somos arrogantes, mas é por autodefesa. Somos orgulhosos, mas temos motivos (olha o Grêmio). Temos infinitos defeitos, mas sabemos perdoar.

E é por isso que achamos que pessoas como Chico Lang, Milton Neves e aquele cara lá de Santos (aquele de 2007), no fundo não são más pessoas, apenas não tiveram a sorte de nascer inteligentes.